A Relevância da Acústica na Arquitetura
Desenvolver um projeto arquitetônico é uma tarefa árdua e que exige muita atenção aos detalhes, uma vez que pequenas falhas podem arruinar completamente um projeto. Com o setor acústico da arquitetura não é diferente, para que exista uma boa relação dos habitantes com o ambiente é necessário que a acústica esteja em perfeito equilíbrio, sem causar incômodos ou dificultar a comunicação naquele espaço.
O som é uma onda que se transporta pelo ar e que, através de fenômenos como Reflexão, Difração, Reverberação, Eco, Ressonância e Absorção interage com o ambiente, tanto para ampliar quanto para reduzir seu potencial. Cabe ao arquiteto manipular, utilizando-se de materiais e cálculos espaciais, tais fenômenos para atingir o resultado desejado.
Controle Acústico
Para que exista uma harmonia entre sons externos e internos, é preciso que o cliente determine o grau de privacidade que o projeto exigirá, dessa forma o arquiteto poderá trabalhar em cima das possibilidades de tratamento do som e oferecer as melhores opções. Locais como escolas e hospitais, por exemplo, possuem regras fixas acerca do volume permitido em seu interior, cabendo ao profissional apenas projetar de acordo com as regras visando o melhor resultado.
A acústica faz total diferença na comunicação do ambiente, principalmente quando é necessário concentração e foco por parte dos habitantes. Uma sala de aula não deve receber sons externos e, consequentemente, necessita de uma estrutura que facilite a comunicação entre professor e aluno em qualquer lugar.
Embora o conceito de nível sonoro (decibels) seja relevante, os arquitetos trabalharão com o ajusta da frequência do som (Hertz), onde será determinada, através de cálculos e medições.
Principais Pontos Analisados
Os cinco pilares da arquitetura acústica envolvem a compreensão e manipulação ideal do ruído. Primeiramente, cabe ao arquiteto pesquisar se há Ruído de Fundo de HVAC, ou seja, desencadeado por sistemas de ventilações e ar condicionado, podendo assim encontrar maneiras de atenuar o incômodo causado pelos aparelhos. Em segundo lugar, é preciso analisar os Ruídos Externos e suas fontes, dessa forma o profissional poderá encontrar alternativas para extinguir o som externo e garantir o conforto acústico ideal.
O terceiro ponto diz respeito ao Isolamento Acústico, onde cabe ao arquiteto incluir no projeto materiais que consigam impedir a passagem do som entre diferentes ambientes. Os materiais podem ser divididos em refletores, absorventes e difusores, cada qual cumprindo uma diferente função acústica.
Na quarta posição está a importância das reduções do Tempo de Reverberação, pois é através dele que o que é dito no ponto A chega de maneira compreensível e inteligível ao ponto B. A estrutura do projeto faz toda a diferença nesse segmento, um exemplo de comparação está entre as salas de teatro e espaços para shows, enquanto um precisa que o espectador compreenda o que foi dito, o outro exige a passagem do volume e da intensidade do som.
Por fim, é importante que o arquiteto consiga trabalhar conceitos como Sonorização e Mascaramento, onde prezará pelo conforto do cliente, ou seja, priorizar a clareza do som mesmo que atrapalhe outros setores do projeto, e mascarar ruídos que estarão sempre presentes com a sonorização diferenciada, onde aqueles que estiverem presentes não sentirão incômodo ou distração, aumentando o foco e melhorando o ambiente.
A acústica é um dos pontos essenciais à serem trabalhados em um projeto, portanto, é necessária atenção a cada detalhe, principalmente quando há intenção de uma certificação LEED. Se atentar às normas é o primeiro passo para a edificação ideal.
Aplicando os Conceitos Teóricos
A acústica é um dos fatores essenciais no desenvolvimento de um projeto arquitetônico. Uma sala mal projetada, por exemplo, pode transmitir conversas através das paredes e também pode captar sons e ruídos externos, tornando o ambiente improdutivo. Cabe, portanto, ao arquiteto, elaborar um projeto no qual a acústica é colocada como algo inerente ao conforto dos futuros ocupantes.
Embora existam diversos modos de controle acústico, cada ambiente possui exigências únicas, variando também com a necessidade de privacidade daquele espaço. Não bastando isso, também é necessário atentar-se aos ruídos externos, como rodovias, prédios vizinhos e o nível sonoro médio ocasionado por transeuntes. Tudo isso deve ser colocado no papel para que, futuramente, o projeto venha a ser adaptado para atender todas as necessidades legais e também as necessidades colocadas pelo cliente.
Controlando os Fenômenos do Som
Após compreender as necessidades acústicas de cada ambiente, o arquiteto tem de primeiramente verificar se o espaço atende aos Critérios Acústicos, para em seguida lidar com fenômenos como a reverberação, a reflexão, a transmissão e o mascaramento do som. Nesse momento podem ocorrer mudanças estruturais na própria planta, como por exemplo a substituição de materiais da construção e o desvio de correntes de ar para manter determinados ambientes acusticamente limpos.
No design de interiores a colocação de painéis e o uso de materiais isolantes e até mesmo reflexivos pode fazer total diferença na percepção acústica. O posicionamento de cada objeto deve ser calculado de maneira minuciosa, visando assim uma taxa menor de erros e garantindo a possibilidade de alterações financeiras para economizar na obra como um todo. Nesse caso, o uso de tabelas auxiliares facilita os cálculos e oferece maior segurança não só para o arquiteto como, principalmente, para o cliente.
Ao conhecer os sons que rodeiam o espaço, as funcionalidades do mesmo e o grau de privacidade exigido, o arquiteto pode trabalhar em cima das possibilidades e dessa forma encontrar um equilíbrio estético, sonoro e financeiro, oferecendo, ao final, a melhor opção de projeto.
Escolas e Hospitais
Contudo, embora cada prédio tenha sua peculiaridade sonora, dois tipos de edifícios possuem regras ainda mais restritas e exigem maior atenção dos arquitetos durante o desenvolvimento, esses edifícios são as escolas e os hospitais. As escolas, por exemplo, necessitam de salas de aula com menor tempo de reverberação e isolamento total de sons e ruídos externos, pois tais exigências garantem maior inteligibilidade naquilo que é dito pelo professor.
Já os hospitais necessitam de isolamento acústico ainda mais objetivo, tanto dentro quanto fora das salas e quartos. Por se tratar de um ambiente relacionado à saúde e ao bem estar, a arquitetura de hospitais possui regulamentos específicos, cabendo ao arquiteto seguir todas as implementações sem tanta liberdade para realizar alterações.
A padronização da acústica em tais ambientes é uma forma inteligente de auxiliar os arquitetos, uma vez que são colocados leis e parâmetros a serem seguidos e tudo é explicado detalhadamente. Os profissionais têm, portanto, um guia para projetar um edifício de altíssima qualidade e que consiga oferecer o melhor no quesito de conforto e praticidade.
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